Planeta Terra – Evolução dos Impactos Ambientais
O Planeta Terra é único conhecido da ciência que contém vida complexa. Há informações sobre a possibilidade de micro-organismos fora do nosso Planeta.
A Terra nos fornece água, ar, minerais, etc. que são reutilizados através dos ciclos biogeoquímicos – ciclo do carbono, ciclo da água, ciclo do nitrogênio, entre outros, que são essenciais para a manutenção da vida.
Nas últimas décadas observamos que o ser humano envenena a água que bebe, polui o ar que respira e degrada o solo que lhe dá alimento.
Os danos provocados à natureza são consideráveis. Já no ano de 1300 de nossa era, boa parte das florestas estavam destruídas. Atualmente mais da metade das florestas tropicais do planeta foram dizimadas, e com elas, um inestimável patrimônio genético, fonte de alimentos e novos tipos de medicamentos. Quem suspeitaria que, a pervinca rósea (Catharantus roseus) de Madagascar, produz dois alcaloides, a vimbrastina e a vincristina, que salvam boa parte das vítimas de dois tipos de câncer, o mal de Hodgkin e a leucemia linfática aguda. A casca do teixo do Pacífico (Taxus brevifolia) oferece uma esperança para as vítimas de câncer do ovário e do seio. A artemisinina, um terpeno derivado do absinto anual (Artemisia annua) tem eficácia na cura da malária. A pata-de-vaca (Bauhinia forficata) diminui a quantidade de glicose no sangue, não possuindo efeitos colaterais. A katemfe (Thaumatococus daniellii), produz uma proteína 1600 vezes mais doce que a sacarose e a amora-da-felicidade (Dioscoreophyllum cumminsii), produz uma substância 3 mil vezes mais doce.
A biodiversidade é o recurso mais valioso do planeta. Sua importância pode ser ilustrada pela espécie de milho silvestre Zea diploperennis, descoberto por um estudante universitário mexicano na década de 70, sendo uma espécie resistente a doenças e a única entre as formas vivas de milho pelo seu crescimento perene. Foi encontrado literalmente, em cima da hora, ocupando não mais do que dez hectares de terreno montanhoso e estava a apenas uma semana de ser extinto pelo fogo. Seu genes, se transferidos para o milho comum, Zea mays, poderiam aumentar a produção do cereal.
A degradação do planeta iniciou-se em uma era remota.
O domínio do fogo permitiu proteção contra o ataque de animais e um melhor aproveitamento dos alimentos. A criação de armas levou a mudança do modo de vida passando de coletor para caçador.
O surgimento da agricultura fixou o homem a terra, fornecendo uma maior quantidade de alimento, permitindo o aumento da população. Processo que durou alguns milênios. Há uns seis mil anos a agricultura floresceu na China, a base era o arroz e há quatro mil anos registram-se culturas na América, a base era o milho.
Aproximadamente, trinta mil espécies de vegetais são comestíveis e, no decorrer da história, cerca de sete mil tipos foi cultivado ou coletado como alimento. Na atualidade, apenas vinte espécies fornecem 90% do alimento do mundo, e apenas três: arroz, trigo e milho, fornecem mais de 50%. Esta pequena diversidade geralmente é cultivada em monoculturas suscetíveis a ataques de vermes nematóides, insetos e fungos.
Na década de 70, uma praga atacou os campos de arroz asiáticos ameaçando milhões de pessoas com a fome. Tempos depois descobriram que cruzando uma espécie não cultivada chegariam a um arroz resistente a praga.
O desenvolvimento da pecuária e o domínio dos metais levaram a formação das primeiras cidades, que surgiram em pontos de cruzamento de antigas rotas comerciais. Transitavam por elas mercadores de diferentes povos e culturas, sofisticando a estrutura social e econômica do homem.
O mundo já era razoavelmente povoado há 10 mil anos, com algo entre 5 milhões e 10 milhões de pessoas.
Com a revolução industrial o homem criou a capacidade de produzir mercadorias em alta escala, exigindo incrementos na dinâmica econômica, apresentando à população um novo conceito “ALTO CONSUMO”. Com este conceito a população passou a adquirir mais produtos e, consequentemente, descartar mais inservíveis.
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas – ONU (2015) com a geração anual de 7 a 10 bilhões de toneladas de resíduos, o lixo tem se tornado um assunto que requer olhar atencioso principalmente nos aspectos ambientais, econômicos e de saúde pública. Quase a metade é gerada por menos de 30 países mais desenvolvidos do planeta e apenas 50% da população é atendida por coleta e destinação adequada.
Na região da América Latina e Caribe são gerados diariamente 540 mil toneladas e 30% são despejados em locais inadequados, isso representa 145 mil toneladas por dia (ONU, 2017). O mau gerenciamento dos resíduos pode trazer inúmeros prejuízos como a poluição do solo, das águas superficiais e subterrâneas e do ar; a perda de áreas produtivas; inúmeros problemas de saúde pública como a proliferação de vetores de doenças, saúde dos trabalhadores envolvidos, bem como da população em geral.
No término da Segunda Guerra Mundial foram feitas as primeiras tentativas para uma compreensão global do ambiente por meio de estatísticas e na forma de inventário. Os métodos evoluíram, chegando à conclusão de que o ambiente é caracterizado por uma dinâmica que se manifesta pelas interações entre os seus inúmeros elementos.
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