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Insetos Vetores – Instituições educacionais atuando no controle das Epidemias.

Na atualidade, o Brasil enfrenta um grave problema de saúde pública associado às arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegpyti, entre elas febre amarela, dengue, chikungunya e zika.


No continente africano, em Uganda, em 1947, o vírus Zyka foi, inicialmente, isolado em primatas do gênero Rhesus. O vírus foi registrado fora da África e da Ásia em 2007, circulando em vários países da Oceania. No ano de 2013, na Polinésia Francesa ocorreu um novo surto, resultando complicações neurológicas, inclusive a síndrome de Guilain_Barré.


O vírus Zika é do gênero Flavivírus e da família Flaviviridae, seu material genético é o ácido ribonucleico – RNA. Os principais vetores destas arboviroses são os mosquitos das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus.


No ano de 2014 foi registrada uma nova doença febril em algumas cidades da Região Nordeste do Brasil, entre as maiores, Natal, no Estado do Rio Grande do Norte e Recife, no Estado de Pernambuco. A investigação confirmou a presença do vírus Zika (ZIKV) circulando na região, sendo os casos descritos nas primeiras publicações no Rio Grande do Norte e na Bahia.

Imagem: Pixabay

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o principal vetor de transmissão do vírus zika é o mosquito Aedes, que nas décadas de 80, 90 e 2000 provocaram epidemias de dengue por todo o Brasil, reavivando as discussões e as campanhas acerca das ações necessárias para o controle deste vetor e prevenção à doença retornaram ao cotidiano das pessoas e foram amplamente veiculadas a partir do ano de 2016; porém, segundo (Claro et al) as campanhas midiáticas, ações informativas por folhetos e cartazes, e palestras comunitárias têm demonstrado eficiência limitada. Villela e Almeida afirmaram que os processos educacionais e de comunicação devem ser possuir circulação e significados sociais entrelaçados e não mais considerados unidirecionais.

Imagem: Pixabay

Sucessivas epidemias da dengue no Brasil estão associadas a fatores, biológicos, ambientais e sociais, o que resulta em um alto custo econômico para nação.


A dengue e a febre amarela são causadas por arbovírus do gênero Flavivírus da família Flaviviridae. O vírus chikungunya (CHIKV) é do gênero Alphavírus e da família Togaviridae. Pode ser transmissível ao ser humano por mosquitos do gênero Aedes sp. O vírus ficou conhecido na década de 1950, quando foi isolado em um paciente no país da Tanzânia. No ano 1954, foi identificado na Ásia, em um surto nas Filipinas. O chikungunya reemergiu em 2005, causando surtos de doença humana na África, Ásia e ilhas do Oceano Índico.

Denise Valle, comenta que: "Nos últimos anos, o reconhecimento de que a maior parte dos criadouros de Aedes aegypti está nos espaços domiciliares estimulou inicialmente a responsabilização da população. A discussão que se seguiu - "de quem é a culpa?" - tirou o foco das questões primordiais: saneamento, acesso a água encanada, coleta de resíduos, mobilização, prevenção e promoção da saúde, cidadania... O discurso avançou e, hoje, a sociedade é chamada a participar, em um esforço coletivo".


A espécie de mosquito Aedes aegypti, no hemisfério ocidental, está associada ao ser humano, procriando-se geralmente em recipientes artificiais que acumulam água. Este vetor provoca enorme problema para a população humana, em função da sua capacidade vetorial na transmissão de arboviroses. A intensa elaboração de embalagens e produtos descartáveis provoca um enorme acúmulo de resíduos, podendo liberar cheiro desagradável e intensificar proliferação de vetores.


Urge a necessidade de elaborar novas abordagens sobre controle de mosquitos pautadas nos conhecimentos locais da população.


As unidades escolares são espaços essenciais para envolver os cidadãos na busca de soluções para inúmeros problemas locais, entre eles, o controle de vetores; geralmente, os discentes são da própria comunidade, representado a maioria das famílias, podendo compreender e refletir positivamente sobre os temas abordados, o que poderá resultar em ações positivas de controle.


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