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O artesanato como uma das alternativas para o desenvolvimento sustentável.

Imagem Pixabay

O artesanato é uma das atividades mais antigas exercidas pelo homem, ela carrega a transformação da matéria-prima pelo individual conhecimento e cultura.


Trabalhos artesanais amenizam a pressão sobre os recursos naturais do Planeta, possibilita inclusão e empoderamento social e extroversão e valorização de culturas. Os impactos provocados à natureza são significativos, o ser humano envenena a água que ingere, polui o ar que respira e destrói o solo que lhe dá alimento, após a revolução industrial o ser humano passou a produzir mercadorias em alta escala, fomentando incrementos na dinâmica econômica, apresentando à sociedade um novo conceito “ALTO CONSUMO”, o que gerou e, gera um grande, descarte de inservíveis.

Imagem: Pixabay

O modelo socioeconômico predatório de desenvolvimento da sociedade é insustentável, uma vez que consome de forma irresponsável os recursos naturais fundamentais à manutenção da vida.


Urge a necessidade de libertar a raça humana da tirania da pobreza e da penúria. A miséria está associada ao atual modelo socioeconômico predatório vigente na maioria dos países.


Qual a diferença básica entre a Economia Convencional e a Circular? A primeira considera o meio ambiente como parte ou setor da macroeconomia, assim podemos imaginar em forma linear, o que produzimos, consumimos e descartamos. Este modelo pressiona o meio ambiente desde o início do processo com o fornecimento de grandes quantidades de insumos e energia, até final, com o descarte dos resíduos da produção e do pós-consumo.


A segunda, considera “a macroeconomia como parte de algo mais amplo, que a envolve e a sustenta”. Nesta última forma, a dinâmica econômica encontra um fator limitante, finito e não crescente, a Terra com as respectivas dinâmicas ecológicas, a qual impõe um sistema fechado, onde a matéria circula, não havendo nem entrada e nem saída da mesma.



Fonte: Naturebismo


Fonte:  Naturebismo - Disponível em: http://naturebismo.blogspot.com/2018/06/economia-linear-x-economia-circular.html.

Como visto, atentar-se aos ciclos econômicos permite que desde o planejamento de cada produto, considerando-se o seu ciclo de vida, minimize a necessidade de recursos finitos, crie a possibilidade de reutilização pós-consumo, reciclagem, etc.


O conceito do consumo sustentável soma esforços dentro desse processo pois está associada à: escolha dos produtos e serviços, que foram planejados e feitos utilizando-se menos recursos naturais, que serão facilmente reaproveitados ou reciclados, que não utilizaram mão de obra escrava, entre tantos outros aspectos; compra daquilo que é realmente necessário e estendendo a vida útil de cada produto tanto quanto possível.


Consumidores mais exigentes, legislações mais restritivas, políticas de incentivo, pesquisas tecnológicas e acadêmicas, geram diversas oportunidades de negócio, como empresas especializadas em “ecoprodutos”, projeto e implantação de equipamentos de controle da poluição, consultorias diversas (desing, reciclagem, reaproveitamento de resíduos, etc).


Segundo a Envolverde Jornalismo, em 2017 a Comissão de Desenvolvimento Sustentável e Empresarial revelou que os negócios sustentáveis “poderiam abrir oportunidades econômicas no valor de pelo menos US$ 12 trilhões e gerar até 380 milhões de empregos por ano até 2030”.


Aliar artesanato à conscientização ambiental é uma forma de envolver a comunidade e tornar interativos os esforços para conservação dos recursos naturais. A produção artesanal pode desestimular o consumo exagerado, oferecendo por meio da reutilização de materiais uma forma de resistência há obsolescência programada.

Imagem: Pixabay

O artesanato viabiliza o resgate e valorização da identidade de cada povo, materializa e divulga as características de nossa cultura, possibilita o incremento da renda familiar. Desta forma, em relação à sustentabilidade, a atividade artesanal promove muito além do material utilizado como insumo na produção das peças, que pode advir de reuso e reciclagem de produtos pós-consumo, o artesanato promove a inclusão social pelo seu aspecto econômico e cultural.


Mundialmente há projetos que fomentam o trabalho artesanal. O programa Viva Voluntário é fomentado pelo governo federal, reúne esforços do terceiro setor, do setor público e da iniciativa privada para promover o engajamento das pessoas em ações transformadoras da sociedade.


A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) cita ações alinhadas aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) que podemos fazer nas nossas casas, escolas, empresas e nos Municípios que moramos, formas de contribuições com a Agenda 2030.


A Agenda 2030 que é um plano de ação para o planeta e para os indivíduos - agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em 2015. Os diálogos ocorreram na Assembleia Geral da ONU, onde os Estados-membros e a sociedade civil negociaram suas contribuições.


Há 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com três pilares de sustentação: crescimento econômico, inclusão social e proteção ao meio ambiente. Esses objetivos são frutos de uma longa jornada, estão associados aos resultados da Rio + 20 (Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável) que ocorreu em 2012 no Rio de Janeiro.


No preâmbulo da Agenda 2030 encontramos:

Todos os países e todas as partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, implementarão este plano. Estamos decididos a libertar a raça humana da tirania da pobreza e da penúria e a curar e proteger o nosso planeta. Estamos determinados a tomar as medidas ousadas e transformadoras que são urgentemente necessárias para direcionar o mundo para um caminho sustentável e resiliente. Ao embarcarmos nesta jornada coletiva, comprometemo-nos que ninguém seja deixado para trás.




...não deixar ninguém para trás.



Para uma melhor compreensão e reflexão da frase acima, veja ao vídeo da ONU Brasil:












Referências Bibliográficas



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