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Pandemia e Meio Ambiente

O isolamento social iniciado em várias partes do mundo mudou o cotidiano de todos em vários aspectos. Se pararmos para pensar, ao longo da história algumas pandemias são fortemente relacionadas a degradação ambiental, a do Vírus Sars-Cov-2 não é diferente e trouxe impactos.

Positivamente, as mudanças registradas na diminuição dos índices de poluição do ar em várias partes do mundo provavelmente pelo menor uso de veículos e paralisação de algumas indústrias. No Brasil, por exemplo, a Cetesb1 informou a melhora na qualidade do ar comparando o período de março à junho de 2019 e 2020, embora não é possível quantificar separadamente como o isolamento contribuiu devido a interação com outras variáveis que podem influenciar o resultado da análise. Há certas evidências no norte da Índia em que se permitiu apreciar a vista do Himalaia2, o que não acontecia desde a segunda guerra. E ainda as pessoas relataram a percepção de céu mais estrelado e mais bonito3.

O tráfego de aviões sofreu diminuição em diversos países e como sabemos, embora não tão divulgado, os voos emitem um volume significativo de gases tóxicos e de efeito estufa na atmosfera4.


Outro bom exemplo são os canais de Veneza, que no início da pandemia na Itália voltou a ficar cristalino, com a diminuição do tráfego houve uma rápida diminuição dos sedimentos em suspensão, conforme noticiado pela CNN5, o fato não está associado diretamente a despoluição porém, há um ganho para ecologia dos canais.


Pode-se ressaltar as descrições de avistamentos de animais nas cidades e nas águas onde eram vistos raramente posteriormente a pandemia, aumentaram as suas aparições consideravelmente e foram amplamente noticiados nos meios de comunicação6.


Contudo, há desvantagens latentes causadas com a pandemia. Foi observado que devido ao maior período em casa, houve maior tendência ao consumo de água, energia, alimentos que gerou uma maior produção de resíduos como pontuou Cézar Henrique Barra, professor de engenharia UFJF7. E não podemos deixar de citar que as medidas de proteção envolvem uma grande geração de resíduos devido o descarte de máscaras, aumento do uso de álcool-gel, desinfetantes e diversos tipos de plásticos bem como o crescimento de serviço delivery aumentando a demanda por embalagens de variados tipos de materiais8, 9.


Importante destacar a problemática dos cemitérios com falhas na disposição de resíduos como necrochorume, que segundo notícias Uol10 houve um aumento de 47% de enterros só no cemitério da Vila Formosa, fato que pode estar associado a poluição de águas subterrânea e lençóis freáticos.

Outro tema muito relacionado às novas doenças e o meio ambiente é o derretimento do permafrost. Permafrost (solo principalmente distribuído na Sibéria, Alasca e Canadá) que permanecia constantemente congelado, porém nos últimos anos em decorrência do aquecimento global sofre degelo. O problema é que esse gelo guarda grandes quantidades de gases de efeito estufa e inclusive bactérias e vírus desconhecidos, ou seja, além de retroalimentar o aumento da temperatura teremos a inclusão de microrganismos desconhecidos ao ambiente11.


Há evidências científicas que o vírus Sars Cov 2 surgiu (mutações) através do consumo de carne de animal silvestre, o que reforça a ideia de que é necessário aplicar uma convivência equilibrada com natureza, orientada nas ações do desenvolvimento sustentável que unifica os três pilares – ambiente, sociedade e economia.



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